31 de dezembro de 2008

Ora cá está mais um!!!


Bom Ano a todos! 

Que 2009 vos traga tudo aquilo que verdadeiramente interessa... estejam atentos, pois a felicidade está sempre onde menos se espera ;)

24 de dezembro de 2008

Luz de Natal...




É sempre emocionante descer até à Foz em dias assim, sobretudo quando se tem o privilégio de terminar uma tarde muito especial com um pôr-do-sol sobre o meu mar, numa explosão de cor e de luz que mais parecia uma pintura.


Um Feliz Natal para todos, recheado de tudo aquilo que é verdadeiramente importante!!!

16 de dezembro de 2008

Dream on girl...


Depois do Maxime, o Casino de Lisboa, numa noite gelada de Dezembro. 

Alinhamento quase igual, desta vez com direito a um Natal Branco cheio de neve que caía dentro de uma bola oferecida por uma amiga. 
A voz de sempre, arrepiante, e a mesma presença em palco, numa construção muito própria de uma personagem de sapatos vermelhos. É engraçado perceber a diferença entre a Redshoes e a Rita fora de cena, que fez as delícias da minha Pequenina com um querida Mariana.
Desta vez não tivemos direito a beijinho nem a dois dedos de conversa tímida, mas para a próxima não saímos de lá sem uma foto (fica prometida bebé!) e sem saber o nome de uma certa e determinada pessoa.

Fica sempre a faltar a love is love you, não sabemos porquê, mas somos compesadas com uma interpretação sublime de uma canção que me diz muito... fico sempre com um nó no peito quando ouço a Rita cantar, sozinha em palco, My body is a cage, dos Arcade Fire.
Disse algures que tinha sido desnecessária, mas mentia a mim mesma.

Mais uma vez, grande concerto!!!

14 de dezembro de 2008

Como eles crescem,meu Deus!!! (4)


Será sempre a minha Mary-Mary.


Quando entrou na minha vida, conquistou-me com os seus enormes olhos de azeitona, tão expressivos e brilhantes como faróis em noites de nevoeiro. Veio para o meu colo e nunca mais me largou, adoptando-me como a sua Mari. Na realidade, adoptamo-nos uma à outra, para a vida inteira.


É tão meiga, querida e sedutora quanto traquinas, rebelde e teimosa. Por vezes temo que cresça num turbilhão de emoções mal resolvidas, o que me enche de frustração, pois é muito pouco o que posso fazer para a ajudar. Resta-me continuar a amá-la e mimá-la como tenho feito até aqui, dando-lhe colo sempre e alguns raspanetes quando necessário.

Tem queda para a pantominice e a representação, talvez umas aulas de teatro não fossem mal pensadas... Gosta de desenhar, de fazer passagem de modelos e tem um lado muito coquette e feminino que contrasta com um outro lado mais maria-rapaz e selvagem. Dança muito bem, cheia de ritmo e harmonia e sabe de cor imensas canções, das Chiquititas ao Tony Carreira.

Tão depressa ri como chora e é uma fiteira profissional, conseguindo quase sempre aquilo que quer.
Está tão crescida, que já me escreve bilhetes de desculpa, dignos de deixar a Fátima Lopes de boca aberta num qualquer Perdoa-me

É uma miúda esperta, inteligente e de raciocínio rápido e certeiro e tenho a certeza de que a vida daqui para a frente lhe dará a paz que precisa para se tornar uma pessoa feliz e realizada. Sei que tem as capacidades necessárias e vai poder contar sempre comigo, para tudo, como desde há já quase 9 anos.

11 de dezembro de 2008

Como eles crescem,meu Deus!!! (3)

Será sempre o meu bebé pantomineiro.


Desde que nasceu que ri com a mesma facilidade com que chora e cedo nos apercebemos que era completamente diferente do irmão. Para ele a vida é um desafio constante, é destemido, mas já vai conhecendo os seus limites e é das criaturas mais desbocadas que eu conheço! 
Foi buscar à madrinha, sobretudo, a paixão e o vício do cafézinho, para além de uma série de outras benções... é um artista, em toda a acepção da palavra.


Possui um olhar atento e perspicaz sobre tudo o que o rodeia, gosta de debates acessos e inteligentes e argumenta como ninguém. Discute política, economia, as playlists da MTV e filatelismo, se for preciso, mesmo não percebendo patavina do assunto. 

É de raciocínio rápido e está sempre em cima dos acontecimentos, mesmo que a preguiçar deitado no sofá. Acha que a Filosofia não passa de senso comum, por isso não é preciso estudar e é capaz de enfrentar um teste sem ter aberto um único livro. Mas lá se vai safando, o safado!
Era o desterro das aulas de Religião e Moral e o auto-intitulado ateu ganhou finalmente a liberdade este ano, ao enfrentar o ensino público e laico.

Desde pequeno que me faz rir à gargalhada e é sempre uma óptima companhia e um grande compincha. Tem um humor inteligente e refinado, como o irmão aliás, embora ligeiramente diferentes e é capaz de encher e iluminar uma sala apenas com a sua presença.
Está tão crescido, que a barba já começa a picar naquela carinha de puto reguila!

Quer ser arquitecto e eu sei que o será, se assim realmente o desejar, ou outra coisa qualquer, caso venha a mudar de ideias. Capacidades tem de sobra! A priminha mais velha estará sempre por perto para o ver crescer, puxar as orelhas quando for preciso e elogiar sempre que for o caso, sem nunca deixar de ter um enorme orgulho neste seu mais que tudo.
Ah!, e faz umas óptimas massagens quando está bem-disposto e para aí virado!

10 de dezembro de 2008

Como eles crescem,meu Deus!!! (2)


Será sempre a minha Pequenina.


No dia em que nos abraçamos pela primeira vez após muitos anos de desencontros, naquela já mítica estação de Coimbra B, foi como se o mundo parasse por instantes de girar, apenas para melhor poder registar aquele momento.


É tão minha irmã que até irrita! Somos parecidas em tudo, até naquilo em que não temos nada a ver uma com a outra. Vemos a vida pelo mesmo prisma e sentimos as coisas como se pudéssemos por instantes experienciar ser a outra, sem nunca deixarmos de ser nós mesmas. 

Não deixa de ser estranho e por isso mesmo damos por nós às vezes a dizer oh...nem vale a pena falar, tu já sabes o que eu vou dizer ou, quando nos picamos uma à outra por sabermos exactamente onde e como o fazer (o que nos diverte e irrita ao mesmo tempo!) e de repente nos saímos com um vai-te lixar!. Adoro quando é ela a dizê-lo e a expressão do rosto que sempre faz a seguir diverte-me e emociona-me ao mesmo tempo.

Sei que será na vida aquilo que se propuser a ser, sempre com o mesmo entusiasmo que dedica àquilo que gosta e a faz feliz. 
Está tão crescida, que no outro dia se virou para mim e para a mãe dela (a nossa Mamã de Lisboa) e com uma enorme certeza de si mesma nos dispara um voçês não conseguem acompanhar o meu crescimento intelectual!. O pior é que não conseguimos mesmo, agora que ganhou asas e traça o seu próprio vôo.

É outro dos tesouros que a vida me ofereceu e o orgulho da mana cota, que estará sempre por perto para a aplaudir nos sucessos e apoiar nos fracassos. 
Não poderia ter desejado uma mana mais protectora, mais conhecedora de mim do que eu própria, mais atenta e mais emocionante do que my person.

9 de dezembro de 2008

Como eles crescem,meu Deus!!! (1)


Será sempre o meu menino.


No dia em que nasceu, com apenas algumas horas de vida, agarrou-se ao meu dedo como se disso dependesse a existência de ambos. Para mim foi amor à primeira vista, completamente embebecida debruçada sobre o berço. 
Não, minto! Eu amei-o no dia em que soube que vinha a caminho e anseei-o quase como se de um filho se tratasse.


Há quem diga que tem um feitio demasiado parecido com o meu - infelizmente, acrescentam sempre baixinho. 
Eu percebo-os! Pessoas como nós sofrem de maneira diferente (não diria que sofremos mais, apenas de uma forma mais complexa), somos mais sensíveis, mais complicados, mais exigentes connosco próprios. Contudo, temos o privilégio de ver a vida com outros olhos, quase sempre olhamos para as coisas como se fosse a primeira vez e isso confere-nos uma certa inocência  ao olhar. Inocência, não ingenuidade! 

Percebo nele algumas carecterísticas e gostos que também vejo em mim. Gosto de pensar que tive alguma coisa a ver com isso, como se as horas que passei com ele a ver filmes, todas as brincadeiras que inventei para o entreter, tudo o que lhe disse desde o dia em que o tive no meu colo pela primeira vez o tivessem de alguma forma moldado e influenciado. 

Agora já não tem medo do escuro nem de ver o E.T. . Terá outras coisas que o atormentam e o fazem acordar durante a noite. 
Está crescido, um arrasa-corações de sorriso enigmático que faz as meninas ficarem com o coração aos pulos. 

Tem pinta e jeito de artista, com capacidades para fazer e ser o que quiser nesta vida. Tenho a certeza de que encontrará o seu caminho, sempre! 
Eu cá estarei na primeira fila a vê-lo crescer ainda mais, com os olhos cheios de lágrimas e completamente embebecida e cheia de orgulho, como desde aquele primeiro dia da vida dele, há quase 18 anos.

8 de dezembro de 2008

Na infinita dispersão do meu ser...

Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue

Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos

Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente

Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer

- Mia Couto, in Raiz de Orvalho e Outros Poemas -

Bombom...de Chocolate!


- Maria João & Mário Laginha, in Chocolate -


I've grown accustomed to his face
he almost makes the day begin
I've grown accustomed
to the tune that he whistles night and noon
his smiles, his frowns
his ups, his downs
are second nature to me now
like breathing in and breathing out

I was serenely independent
and content before we met
surely I could always be that way again
and yet, I've grown accustomed to his look
accustomed to his voice
accustomed to his face

I'm so used to hearing him say
'good morning,' every day
his joys, his woes
his highs, his lows
are second nature to me now
like breathing in and breathing out

I'm very grateful he's a man and so easy to forget
rather like a habit one can always break
and yet, I've grown accustomed
to the trace of something in the air

accustomed to his face...

2 de dezembro de 2008

Liberdade...




Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,

Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade.

- Sophia -

3 de novembro de 2008

Então porque não voas?!

anoite passada - sergio godinho

A noite passada acordei com o teu beijo
descias o Douro e eu fui esperar-te ao Tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
ri-me de ti "então porque não voas?"
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste

A noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo dormias lá no fundo
faltou-me o pé senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos

A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti disse baixinho "olá",
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste".

Regresso ao passado...

... numa colectânea com sons do presente!


Magnificamente arranjadas pelo produtor dos Nouvelle Vague, Marc Collins, estas músicas de filmes dos anos 80 fazem as delícias dos mais saudosistas e apresentam-nas às novas gerações de uma forma encantadora.


1 de outubro de 2008

Por amor...

Maria, por Diego - Setembro 2008


A. - Maria, diz lá: quantos namorados tens?
Maria, 8 irrequietos anos - Oh...nenhum. Ainda não gosto de ninguém por amor!

Mas o Tang Hong Ming já gosta...e é correspondido!!!

10 de setembro de 2008

Filha de peixe...

Rite of passage...


- Today, Joshua Radin -

Andrew: You know that point in your life when you realize that the house that you grew up in isn't really your home anymore? All of the sudden even though you have some place where you can put your stuff that idea of home is gone.
Sam: I still feel at home in my house.
Andrew: You'll see when you move out it just sort of happens one day and it's just gone. And you can never get it back. It's like you get homesick for a place that doesn't exist. I mean it's like this rite of passage, you know. You won't have this feeling again until you create a new idea of home for yourself, you know, for your kids, for the family you start, it's like a cycle or something. I miss the idea of it. Maybe that's all family really is. A group of people who miss the same imaginary place.

- in Garden State -

4 de setembro de 2008

V.I.P.

Inês e o pôr-de-sol em Algoso


Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração
- Ruy Belo -


What's so funny?!

Cartadas no alpendre

Jantaradas fora d'horas

Primoíces ao fim do dia

Só gosto de ti um chisquinho assim!

Pequenina com o Douro ao fundo, bem à minha beira :)

You have made my SUMMER !!!

Havemos de ser outros amanhã...*

"Pelas mãos e pelos olhos eu juro"


são as mãos que me trazem o amor dos homens

e me largam na fronteira de todos os segredos

que repousaram em mim como no breve espaço

de uma lua fugaz


também as tuas mãos haviam de chegar um dia assim

ou pelo menos foi isso que eu pensei quando

o teu corpo tocou ao de leve a sombra das águas

que tinham corrido ao longo das noites da tua ausência


mas às vezes o destino escreve-se

com inesperados visitantes

e o nosso quarto ficou cheio de vozes mas

nenhuma nos reconhecia por dentro das suas

mais absurdas dissonâncias

e foi então que eu soube que a felicidade

era apenas um complemento

muito circunstancial e remoto de lugar onde

em que nenhum passado que nos pertencesse

faria qualquer sentido


apesar de tudo os meus dedos

ainda procuram reter o sôfrego sabor das horas que faltam

para o prometido regresso

das palavras tecidas de fresco entre a penumbra

das nossas pernas


mas houve sempre desígnios imutáveis

eclipes ravinas ou a ácida saliva das marés

ou simplesmente a ferida de quem vinha

em voz baixa reclamar o que lhe fora roubado


e os meus dedos acabavam por recuar

e as palavras com que em tempos

tinhas esperado por mim

cansaram-se


e são hoje nódoas rosadas no meu corpo

como se o meu corpo fosse um mapa

onde o teu corpo deslocou minúsculas bandeiras

em tempo de guerra


- Alice Vieira, in Dois corpos tombando na água -*

22 de agosto de 2008

Porque hoje é o teu dia...

Parabéns
Miúda!!!



Hacia La Vida - Chavela Vargas

Deixo-te uma canção que eu adoro e que acho que também vais gostar (sempre tivemos gostos estranhos bastante semelhantes) e as imagens de um filme que ambas gostamos muito (esta é talvez a minha cena preferida!) e que eu nunca vejo sem pensar em ti...



Para ti, o melhor do Mundo, hoje e sempre*

7 de agosto de 2008

O luar enche a terra de miragens...*

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

- Sophia de Mello Breyner Andresen * -

"Os amantes ao luar", Marc Chagall

3 de agosto de 2008

A Wish...


- Dr1ve feat. Lúcia Moniz, A Wish -

Temos pena que o filme ainda não tenha estreado, mas somos pacientes na espera... Até lá, temos os Dr1ve em digressão, a oferecer boa música pelo país fora :)
Ó Tony, qualquer dia ainda enchemos o Coliseu do Porto...ah pois é, bebé!!!

31 de julho de 2008

Subway Love




O Romeu e Julieta dos tempos modernos começou
no metro de Nova Iorque. Patrick Moberg, um desenhador de páginas web, descobriu o amor na primeira vez que pôs os olhos numa jovem morena de cabelos castanhos. - JN -

Toureamos mano a mano...


- Tourada, Fernando Tordo Eurovisão 1973 -

22 de julho de 2008

And I could hold you if you just stood still...


I jaywalk through this town
I drop leaves on the ground
But lonely people here
Just gaze their eyes on air
And miss the autumn roar
I roam through traffic lights
I fade through Christmas nights
I wanna set it straight
I wanna make it right
But man you're so far away
Oh, I'll hold still for a moment so you'll find me
You're so close, I can feel you all around me boy
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there

20 de julho de 2008

My person...

Há um ano atrás, era devolvida a mim mesma.
De surpresa, reentravas na minha vida, minha irmã, para dela nunca mais saíres.
Talvez o destino nos tenha pregado uma partida, ou talvez fosse mesmo aquele o momento...são tantas as perguntas que sempre vão existir. Tantas quantas as certezas que temos dentro de nós mesmas.
Os sorrisos, as lágrimas, os olhares, as confidências, as conversas e os silêncios, os abraços...tudo isso faz parte de tudo aquilo que só nós percebemos.
Como as sensações, as preocupações e a importância que assumimos na vida uma da outra.
Tentar explicar, é como pedir à Lua para deixar de aparecer todas as noites para nos iluminar.
Para mim, basta-me a certeza de te saber sempre desse lado. Como tu também sabes que me vais ter sempre ao teu lado, não importam as distâncias...
O futuro, minha Pequenina, é uma estrada longa e desconhecida à nossa frente que eu quero percorrer contigo, sempre!

Gosto de ti porque sim.

Carole King - Where You Lead (Gilmore Girls Theme).mp3 -

*M&M?!.....ah, e tal,....porque há coisas que não se explicam!*

18 de julho de 2008

Não ficará senão a tua voz na tarde calma...*

Havia, então, uma plenitude, um tempo devagar, um esplendor. Nas tardes de Julho, por volta das cinco, tia Filipa, sempre de saia comprida e cabelo apanhado atrás, num carrapito, mandava servir o chá no varandim.


De repente ela chegava, Cláudia, vinha de casa, mesmo ao lado, abria o pequeno portão de ferro, os gonzos chiavam um pouco, mas para Xavier era música, porque era Cláudia que chegava. Olha quem lá vem, dizia sempre a tia Filipa, com o seu sorriso cúmplice, um tanto irónico, olha quem lá vem. E era um esplendor, uma espécie de eternidade, essas tardes de Julho no tempo devagar, o chá no varandim, o sorriso da tia, a blusa branca de Cláudia, aquele olhar que só ela, o tempo como para sempre. Mesmo que tudo então dentro dele se desorganizasse e fosse ora um frio ora um fogo, um rio subterrâneo, um arrepio, ou simplesmente o sangue e o espírito do avesso, havia no ar um não sei quê que nunca, nunca mais. Plenitude, essa breve, tão breve eternidade. Olá, dizia Cláudia.

Ainda deve haver um eco, algures, em Alba.

- Manuel Alegre, in A Terceira Rosa - *

15 de julho de 2008

Grazie...

...por todos os cafés em frente ao Panteão (e em frente ao meu mar!), por todos os momentos Relax Piú madrugadas fora nos intervalos dos livros, por todas as conversas e momentos inesquecíveis (aquele jantar caríssimo pesou na carteira, mas valeu cada cêntimo!) e, acima de tudo, pela amizade!

Lili, lembras-te desta noite?!


- Roxanne, Sting Circo Massimo-Roma, 2004 -


- Prego!!!, by Lili no final do concerto -

A tua voz a gritar Prego, Prego!!! no final do concerto é hilariante e inesquecível...muito bom mesmo :)

Obrigada por sábado!!!

13 de julho de 2008

Pudesse eu morrer hoje como tu me morreste nessa noite —e deitar-me na terra; e ter uma cama de pedra branca e um cobertor de estrelas; e não ouvir senão o rumor das ervas que despontam de noite, e os passos diminutos dos insectos,e o canto do vento nos ciprestes; e não ter medo das sombras,nem das aves negras nos meus braços de mármore,nem de te ter perdido — não ter medo de nada. Pudesse

eu fechar os olhos neste instante e esquecer-me de tudo —das tuas mãos tão frias quando estendi as minhas nessa noite;de não teres dito a única palavra que me faria salvar-te, mesmo deixando que eu perguntasse tudo; de teres insultado a vida e chamado pela morte para me mostrares que o teu corpo já tinha desistido, que ias matar-te em mim e que era tarde para eu pensar em devolver-te os dias que roubara. Pudesse

eu cair num sono gelado como o teu e deixar de sentir a dor,a dor incomparável de te ver acordado em tudo o que escrevi —porque foi pelo poema que me amaste, o poema foi sempre o que valeu a pena (o mais eram os gestos que não cabiam nas mãos, os morangos a que o verão obrigou); e pudesse eu deixar de escrever nesta manhã, o dia treme na linha dos telhados, a vida hesita tanto, e pudesse eu morrer,mas ouço-te a respirar no meu poema.

- Maria do Rosário Pedreira, in O Canto do vento nos ciprestes -

11 de julho de 2008

Serendipismos...












The laws of chance, strange as it seems, Take us exactly where we most likely need to be...


9 de julho de 2008

Agora tenho essa eternidade...

"(...) Deixou de interessar-me. Uma única mulher basta: ela é todas. Nem sequer é uma questão de maturidade, é uma questão de não ser parvo.(...)
Atravesso a rua para o sítio onde trabalho, pego na caneta, espero. Chamo caneta a uma esferográfica vulgar, qualquer que risque me serve. Terá sido a esferográfica que me riscou a testa com o tempo? Porque não voltas atrás e vês o que ficou escrito nela? Retratos, livros, papéis, eu a começar. O telefone soluça como um bebé e, dentro de mim, o teu nome. Vozes de crianças por trás e tudo de súbito fácil, perfeito. Não sei bem o que digo, não sei bem o que oiço. Limito-me a afogar-me em ti como no mar. "

- António Lobo Antunes -

8 de julho de 2008

Estou à tua espera num sítio onde as palavras já não magoam, não ferem, não sobram nem faltam...*


no tempo em que éramos felizes não chovia.
levantávamo-nos juntos, abraçados ao sol.
as manhãs eram um céu infinito. o nosso amor
era as manhãs. no tempo em que éramos felizes
o horizonte tocava-se com a ponta dos dedos
as marés traziam o fim da tarde e não víamos
mais do que o olhar um do outro, brincávamos
e éramos crianças felizes. às vezes ainda
te espero como te esperava quando chegavas
com o uniforme lindo da tua inocência. há muito
tempo que te espero. há muito tempo que não vens.


- José Luís Peixoto -

* Inês Pedrosa

5 de julho de 2008

Hoje roubei todas as rosas dos jardins e cheguei ao pé de ti de mãos vazias...*

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

- Eugénio de Andrade -*

4 de julho de 2008

3 de julho de 2008

E um olhar perdido é tão difícil de encontrar como o é congregar ventos dispersos pelo mar...*


Há sempre uma madrugada
em que os candelabros de ouro enaltecem
as tuas formas,
a tua alquimia de pecado e volúpia,
há sempre,
no teu sorriso breve,
uma brisa que regressa do mar,
trazendo o lamento dos náufrafos,
a sua sede irremediável.
Nestas horas de assassinada alegria
ergues os braços e uma súplica,
mas ninguém te ouve, ninguém te vê,
encerrada numa túnica de cores puras.

- José Agostinho Baptista -
* Ruy Belo

2 de julho de 2008


As minhas palavras aqui são como as palavras escritas num papel branco que se mantém branco com essas palavras invisíveis de alguém que as leia, palavras a envelhecerem por não haver quem as compreenda, a perderem o seu significado, a misturarem-se imperceptíveis numa brisa em que ninguém repara. (…) todo o meu olhar é desperdiçado por saber que tu não vês nada.

- José Luís Peixoto, in Nenhum Olhar -

21 de junho de 2008

Chegou o Verão !!!

[Pedro Fernandes]

Vagas
A colcha da cama desfeita
é agora mais leve e mais clara.
As sandálias brancas enviaram
ao armário, a sombra
impermeável das botas. No lugar
do gorro de lã, demora-se hoje
um leve chapéu de palha. Algumas
plantas secaram, mas o calor dos
corpos libertou os lençóis
da sua humilde tarefa, lançando-os
longe como vagas de Agosto.

Carta de marear
No principio da madrugada, as famílias
de banhistas já se deitaram, depois
do peixe grelhado na varanda e das toalhas
sacudidas da areia. As crianças sossegaram
os seus estridentes jogos. Os jovens
voltarão mais tarde entontecidos. Podemos
agora desmascarar o som das ondas, reconhecer
o sopro intemporal da multitude líquida
desse misterioso Atlântico que trazíamos
nas nossas cartas de marear.

- Inês Lourenço -

19 de junho de 2008

Bruederlich mit Herz und Hand!



Einigkeit und Recht und Freiheit
Für das deutsche Vaterland!
Danach lasst uns alle streben,
Brüderlich mit Herz und Hand!
Einigkeit und Recht und Freiheit
Sind des Glückes Unterpfand:
Blüh im Glanze dieses Glückes,
Blühe, deutsches Vaterland!


Entendo o pedido da Sofia...há uns anos atrás, era eu ainda uma criança inocente, colei nas janelas de casa umas bandeiras da Alemanha, antecipando um confronto entre a nossa selecção e a selecção alemã. Achei que era justo, uma vez que a Alemanha fazia parte da minha vida e dos meus laços afectivos, mas o meu avô ia tendo um ataque cardíaco!

Hoje, a poucas horas de mais um confronto entre as duas selecções e em respeito pelas minhas memórias, aqui deixo o hino alemão, que já tantas vezes cantei, sempre com imenso orgulho e carinho.

Que vença o melhor...e, já agora, que o melhor seja Portugal!!!

Quanto à Alemanha, fará para sempre parte da minha vida e do meu coração - Blühe, deutsches Vaterland! :)

18 de junho de 2008

O sentido da vida...

Eu, que não tenho fé nem convicções religiosas, tento pagar tudo o que a vida me dá. Gostava de dar de volta tudo o que recebo. Quero pagar aos meus pais, quero pagar a todos os que estão na minha vida, quero pagar tudo o que me é dado ser e viver, embora saiba que nunca pagarei uma Sonata de Bach, nunca pagarei Veneza, nunca pagarei tanta coisa...
- António Barreto, via A Substância da Vida -

17 de junho de 2008

We shall walk...


Paths Of Victory - Bob Dylan


Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
I shall walk.

The trail is dusty
And my road it might be rough,
But the better roads are waiting
And boys it ain't far off.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.

I walked down by the river,
I turned my head up high.
I saw that silver linin'
That was hangin' in the sky.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.

The evenin' dusk was rollin',
I was walking down the track.
There was a one-way wind a-blowin'
And it was blowin' at my back.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.

The gravel road is bumpy,
It's a hard road to ride,
But there's a clearer road a-waitin'
With the cinders on the side.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.

That evening train was rollin',
The hummin' of its wheels,
My eyes they saw a better day
As I looked across the fields.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.

The trail is dusty,
The road it might be rough,
But the good road is a-waitin'
And boys it ain't far off.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.

13 de junho de 2008

Obrigada (2)

Two Of Us - Aimee Mann and Michael Penn

You and i have memories
Longer than the road
That stretches out ahead

Two of us wearing raincoats
Standing solo in the sun
You and me chasing paper
Getting nowhere on our way back home
We're on our way back home
We're on our way home
We're going home
We're going home


Sam: «OK, remember when Paul McCartney wrote the song "Michelle" and then he only wrote the first part, Annie said. And then he gave that part to John Lennon, and he wrote the part that said, "I love you, I love you, I love you." And Annie said that it wouldn't have been the same song without that... and that's why the whole world cried when the Beatles broke up on April 10, 1970. I love you like in the song...like in the song!»
- Sean Penn, in I am Sam -

Para ti, que me devolves a mim mesma...porque regressarei sempre devagar ao teu sorriso como quem volta a casa. *M&M*

Obrigada (1)


- Thank you for the music, ABBA -

Oh minha Patareca, a musiquinha e o belo jardim da Ferrero que me trouxeste no Domingo fizeram milagres e eu já estou apta até para participar no Cantal da Festivão!!!

Brigadão por tudo e um bem hajas :)

4 de junho de 2008

Convalescença (2)


São duas horas e tal da manhã e eu sem conseguir adormecer. Resolvo ligar a TV á procura de algum sonífero em forma de programa televisivo e páro o zapping na CNN, onde se fazia mais uma mega cobertura das Primárias norte-americanas. Alguém anuncia que Hillary está prestes a discursar e eu procuro uma posição mais confortável na cama, não querendo perder pitada.
A Senadora é recebida com entusiasmo, assim como as suas palavras e, contrariando alguns analistas em estúdio, ainda não é desta que a ex-primeira-dama da América atira a toalha. Promete uma decisão ponderada para os próximos dias.

Logo em seguida é a vez de Obama. O candidato afro-americano faz uma entrada triunfal num estádio apinhado de gente que o recebe apoteoticamente. Assim que começa a discursar, percebe-se que se trata do discurso de um vencedor e proclama-se o candidato democrata ás eleições de Novembro.



O relógio aproxima-se das quatro da madrugada e eu desligo a TV pronta a dormir, não sem antes pensar para com os meus botões (caso o pijama os tivesse!), Fogo, estes tipos são diabólicos!.
Foi remédio santo, adormeci que nem um anjinho.