" Deito-me tarde
Espero por uma espécie de silêncio
Que nunca chega cedo
Espero a atenção a concentração da hora tardia
Ardente e nua
É então que os espelhos acendem o seu brilho
É então que se vê subitamente
A nossa própria mão poisada sobre a mesa
É então que se vê o passar do silêncio
Navegação antiquíssima e solene. "
Espero por uma espécie de silêncio
Que nunca chega cedo
Espero a atenção a concentração da hora tardia
Ardente e nua
É então que os espelhos acendem o seu brilho
É então que se vê subitamente
A nossa própria mão poisada sobre a mesa
É então que se vê o passar do silêncio
Navegação antiquíssima e solene. "
- Sophia de Mello Breyner Andreson -
Pertenço àquela percentagem da humanidade que gosta de se deitar tarde.
Não que seja adepta da Noite, enquanto sinónimo de badalação, não é isso. Simplesmente, gosto do silêncio da noite, de sentir passar o tempo de uma forma mais lenta e mais palpável...
Não que seja adepta da Noite, enquanto sinónimo de badalação, não é isso. Simplesmente, gosto do silêncio da noite, de sentir passar o tempo de uma forma mais lenta e mais palpável...
E é de noite que eu penso melhor, que eu trabalho melhor, que eu escrevo melhor, enfim, é de noite que me sinto mais eu mesma, mais consciente de quem verdadeiramente sou. Mas, apesar de tudo, sou uma pessoa extremamente solar, adoro a luz da manhã e emociono-me a cada pôr do sol.
Esta minha minha necessidade de "ver passar o silêncio", faz com que geralmente eu durma menos horas do que o aconselhável! E apesar de hoje em dia necessitar de mais e melhores horas de sono do que há uns anos atrás, continuo a prolongar os dias madrugada fora e a ter que explicar a quem não entende esta "mania", o porquê de tal hábito.
Sempre que alguém me pergunta, "mas o que é que tu ficas a fazer acordada sozinha até às três ou quatro horas da manhã?", lembro-me sempre deste poema da Sophia e sinto-me menos sozinha e mais compreendida... Afinal, não sou a única, não é verdade?!
Esta minha minha necessidade de "ver passar o silêncio", faz com que geralmente eu durma menos horas do que o aconselhável! E apesar de hoje em dia necessitar de mais e melhores horas de sono do que há uns anos atrás, continuo a prolongar os dias madrugada fora e a ter que explicar a quem não entende esta "mania", o porquê de tal hábito.
Sempre que alguém me pergunta, "mas o que é que tu ficas a fazer acordada sozinha até às três ou quatro horas da manhã?", lembro-me sempre deste poema da Sophia e sinto-me menos sozinha e mais compreendida... Afinal, não sou a única, não é verdade?!