30 de março de 2009

Utopia fotográfica...


Migrant Mother, de Dorothea Lang (1936)

Dorothea Lange terá dito sobre a sua experiência em relação a esta fotografia: "I saw and approached the hungry and desperate mother, as if drawn by a magnet. I do not remember how I explained my presence or my camera to her, but I do remember she asked me no questions. I made five exposures, working closer and closer from the same direction. I did not ask her name or her history. She told me her age, that she was thirty-two. She said that they had been living on frozen vegetables from the surrounding fields, and birds that the children killed. She had just sold the tires from her car to buy food. There she sat in that lean-to tent with her children huddled around her, and seemed to know that my pictures might help her, and so she helped me. There was a sort of equality about it."

Esta é, provavelmente, a fotografia mais conhecida de Lange e uma das mais reproduzidas em todo o mundo. A mim sempre me fascinou imenso e, de cada vez que a revejo, nunca consigo desviar o olhar do rosto do bebé. Mais do que a expressão dos olhos da mãe e da atitude de procura de protecção dos irmãos, é a carinha suja do bebé que me tem acompanhado desde a primeira vez que a vi.

Por cá pode ser vista, entre muitas outras fotografias, na exposição Arquivo Universal - o documento e a utopia fotográfica, que está patente no Museu Colecção Berardo até ao dia 3 de Maio.

Lisboa está linda, sim!

"O meu signo diz que este mês é para esquecer, mas minha Mãe de Santo não. E há a força do pensamento e as bolachas chiquilin e umas águas que agora se compram nas mais finas casas e fazem coisas. E desde que cheguei a Lisboa preciso comprar um soutien. Portanto lá saí.

Meti-me no carro, com os Deolinda, os Nouvelle Vague, um disco de êxitos com os pretos todos da Motown e o Jamie Cullum. Abri as janelas, liguei o volume no máximo e fui à caça. Acontece que não há soutiens sem espumas nesta terra. Não há. E assim, o dia acabou comigo a olhar fixamente para as mamas de todas as mulheres (giras) que passaram por mim. A ver se entendia a cena ou as melhorias locais.Não entendi. Mas tive vontade de esticar o dedo apontador, perfurar uma e perguntar: Desculpe lá, são verdadeiras ou têm chumaços? Preciso mesmo de um soutien.

E Lisboa? Que linda que está." - aqui!


Eu também ando muito precisada de um soutien de jeito!