19 de maio de 2007
Para a Maria, por, de vez em quando, me fazer o favor de "largar" a Floribela e assistir comigo à Turma da Mônica e ao Sítio do Pica Pau Amarelo, numa viagem conjunta à minha infância, que a deixa encantada e espantada ao mesmo tempo - acho que só agora é que ela começa a acreditar que, um dia, eu também já fui criança...
17 de maio de 2007
Queixa das almas jovens censuradas
Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola.
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade.
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prêmio de ser assim
sem pecado e sem inocência.
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro.
Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
conosco quando estamos sós.
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo.
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro.
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco.
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura.
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante.
Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino.
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte.
- Natália Correia -
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola.
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade.
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prêmio de ser assim
sem pecado e sem inocência.
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro.
Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
conosco quando estamos sós.
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo.
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro.
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco.
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura.
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante.
Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino.
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte.
- Natália Correia -
Viva o Cinema!!!
Já começou! O Festival de Cannes, em França, arrancou oficialmente ontem à noite, para uma 60ª edição histórica - a abertura do maior festival de cinema do mundo esteve a cargo do realizador português Manoel de Oliveira, 98 anos, e da actriz Shu Qi, de Taiwan, 31 anos, representando duas gerações do cinema contemporâneo.
João Pedro Rodrigues e Pedro Costa irão representar Portugal com uma curta-metragem cada um e, apesar de este ano nenhum português concorrer à Palma de Ouro, entre os jurados encontra-se a actriz Maria de Medeiros.
De salientar, também, a exibição de um filme de três minutos realizado por Manoel de Oliveira, inserido num trabalho colectivo de cineastas - a organização do festival convidou o realizador português e outros 32 realizadores, entre eles Roman Polanski, Takeshi Kitano e David Cronenberg, a participar numa obra que pretende homenagear e assinalar as seis décadas de existência do certame.
Bons filmes... e que vençam os melhores!
Brasil (11)
« (...) O perigo são os clichés vulgarizadores — o do ‘português’ boçal e reaccionário e do brasileiro do Carnaval, da boa vida à sombra da bananeira. Enquanto deixarmos prosperar estas falsas percepções cruzadas, ficamos sempre de fora ou ao lado. »
- Jaime Nogueira Pinto, aqui -
- Jaime Nogueira Pinto, aqui -
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