1 de setembro de 2007
Red Bull Air Race
Nada como pôr uns aviões coloridos a sobrevoar a cidade e a fazer exibições espectaculares numa das zonas mais típicas e emblemáticas da Invicta, para o pessoal se esquecer da crise, do Governo e da Oposição, do saldo bancário a zero, por conta das férias em Cancun ou em Porto de Galinhas, dos desaires do futebol e do regresso às aulas das criancinhas, que tantas dores de cabeça dão aos pais por estes dias...
Dirão os entendidos que a 1ª Red Bull Air Race no Porto foi um sucesso, com o público a aderir em massa à iniciativa! Eu apenas digo que toda esta euforia serviu para dar asas à imaginação de muita gente e terminar em beleza mais uma Silly Season... pois o que faz falta, é mesmo animar a malta!!!
Jogo...
Eu, sabendo que te amo,
E como as coisas de amor são difíceis,
Preparo em silêncio a mesa
do jogo, estendo as peças
sobre o tabuleiro, disponho os lugares
necessários para que tudo
comece: as cadeiras
uma em frente da outra, embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços possíveis, só os olhos
transportam, talvez, uma hipótese
de entendimento. É então que chegas,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças.
- Nuno Júdice -
E como as coisas de amor são difíceis,
Preparo em silêncio a mesa
do jogo, estendo as peças
sobre o tabuleiro, disponho os lugares
necessários para que tudo
comece: as cadeiras
uma em frente da outra, embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços possíveis, só os olhos
transportam, talvez, uma hipótese
de entendimento. É então que chegas,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças.
- Nuno Júdice -
Segue o teu destino...
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
- Ricardo Reis -
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
- Ricardo Reis -
28 de agosto de 2007
Identidade britânica...
(V&A Images/Victoria and Albert Museum, © Roger Mayne)
« How We Are – Photographing Britain é a maior exposição de fotografia alguma vez organizada na Tate Britain, em Londres. A partir de um pressuposto identitário faz-se um percurso pelos processos e impressões pioneiros até aos mais recentes suportes e formas de criação fotográficas. O objectivo é reflectir sobre o que foi e o que é ser britânico. »
- via Arte Photographica, para saber mais, clicar aqui! -
Até 2 de Setembro de 2007, em Londres!
Despedida...
Ilha de Moçambique
Desfeitos um por um os nós sombrios,
Anulada a distância entre o desejo
E o sonho coincidente como um beijo,
Exalei mapas que exalaram rios.
Terra secreta, continentes frios,
Ardei à luz dum sol que é rumorejo
Para lá do que eu sou, do que eu invejo
Aos elementos, aos altos navios!
Trouxe de longe o palácio sepulto,
A cobra semimorta, a bandarilha,
E esqueci poços, prossegui oculto.
Desdém que envolve por completo a quilha,
Sou bem o rei saudoso do seu vulto,
Vulto que existe infante numa ilha.
- Alberto Lacerda,
Ilha de Moçambique, 20 de Setembro de 1928 - Londres, 27 de Agosto de 2007 -
Desfeitos um por um os nós sombrios,
Anulada a distância entre o desejo
E o sonho coincidente como um beijo,
Exalei mapas que exalaram rios.
Terra secreta, continentes frios,
Ardei à luz dum sol que é rumorejo
Para lá do que eu sou, do que eu invejo
Aos elementos, aos altos navios!
Trouxe de longe o palácio sepulto,
A cobra semimorta, a bandarilha,
E esqueci poços, prossegui oculto.
Desdém que envolve por completo a quilha,
Sou bem o rei saudoso do seu vulto,
Vulto que existe infante numa ilha.
- Alberto Lacerda,
Ilha de Moçambique, 20 de Setembro de 1928 - Londres, 27 de Agosto de 2007 -
Brasil (15)
Ora aqui está uma boa notícia!!!
O novo CD de Maria Rita chega às lojas de todo o Brasil já no dia 14 de Setembro, em simultâneo com Portugal e outros países!
"Samba meu", será o terceiro trabalho da cantora e contará com a participação da Velha Guarda da Mangueira.
Já estáva com saudades de novas melodias...
O novo CD de Maria Rita chega às lojas de todo o Brasil já no dia 14 de Setembro, em simultâneo com Portugal e outros países!
"Samba meu", será o terceiro trabalho da cantora e contará com a participação da Velha Guarda da Mangueira.
Já estáva com saudades de novas melodias...
27 de agosto de 2007
O grande sismo do silêncio...
Da grande página aberta do teu corpo
sai um sol verde
um olhar nu no silêncio de metal
uma nódoa no teu peito de água clara
Pela janela vejo a pequenina mão
de um insecto escuro
percorrer a madeira do momento intacto
meus braços agitam-te como uma bandeira em brasa
ó favos de sol
Da grande página aberta
sai a água de um chão vermelho e doce
saem os lábios de laranja beijo a beijo
o grande sismo do silêncio
em que soberba cais vencida flor
- António Ramos Rosa -
sai um sol verde
um olhar nu no silêncio de metal
uma nódoa no teu peito de água clara
Pela janela vejo a pequenina mão
de um insecto escuro
percorrer a madeira do momento intacto
meus braços agitam-te como uma bandeira em brasa
ó favos de sol
Da grande página aberta
sai a água de um chão vermelho e doce
saem os lábios de laranja beijo a beijo
o grande sismo do silêncio
em que soberba cais vencida flor
- António Ramos Rosa -
Da vizinhança (8)
« Se não fossem tão indigestos, os terrorismos davam um excelente manual culinário. Uma qualquer Maria de Lurdes Modesto dos terrorismos – pode ser o Nuno Rogeiro, vá – sabe que existem receitas que vêm do tempo dos nossos avós e outras mais recentes. Veja-se, por exemplo, esta nova vaga do terrorismo com design, que aposta mais no requinte para arregalar a vista. (...) »
- Miguel Carvalho - para continuar a ler aqui!
- Miguel Carvalho - para continuar a ler aqui!
26 de agosto de 2007
Brasil (14)
Anoiteceu
A luz morreu
O céu perdeu a cor
Anoiteceu
No nosso grande amor
Ah, leva a solidão de mim
Tira esse amor dos olhos meus
Tira a tristeza ruim do adeus
Que ficou em mim, que não sai de mim
Pelo amor de Deus
Vem suavizar a dor
Dessa paixão que anoiteceu
Vem e apaga do corpo meu
Cada beijo seu
Porque foi assim
Que ela me enlouqueceu
Fatal
Cruel, cruel demais
Mas não faz mal
Quem ama não tem paz
Antes que a angústia desça é preciso partir
Não importa para onde, não importa para longe de quem
Ó como o mesmo céu sufoca e a mesma ventura mata!
Abandonar o corpo gasto de sol e a alma gasta de sono
Raspar os velhos sapatos na branca soleira da casa do tédio
E surgir como um animal morno de silencioso passo.
Nada a conhecer... Sim, são verdes as montanhas
E quanta vaga expiação deixam os livros no pensamento
E acima de tudo existe Deus serenamente inacessível.
Mas viver, ah, viver é doloroso, é incompreensível
Não se sabe quando!... não se sabe nunca... e quando sabe-se
É para receber o golpe mortal da tragédia no mais fundo.
- Vinícius de Moraes -
A luz morreu
O céu perdeu a cor
Anoiteceu
No nosso grande amor
Ah, leva a solidão de mim
Tira esse amor dos olhos meus
Tira a tristeza ruim do adeus
Que ficou em mim, que não sai de mim
Pelo amor de Deus
Vem suavizar a dor
Dessa paixão que anoiteceu
Vem e apaga do corpo meu
Cada beijo seu
Porque foi assim
Que ela me enlouqueceu
Fatal
Cruel, cruel demais
Mas não faz mal
Quem ama não tem paz
Antes que a angústia desça é preciso partir
Não importa para onde, não importa para longe de quem
Ó como o mesmo céu sufoca e a mesma ventura mata!
Abandonar o corpo gasto de sol e a alma gasta de sono
Raspar os velhos sapatos na branca soleira da casa do tédio
E surgir como um animal morno de silencioso passo.
Nada a conhecer... Sim, são verdes as montanhas
E quanta vaga expiação deixam os livros no pensamento
E acima de tudo existe Deus serenamente inacessível.
Mas viver, ah, viver é doloroso, é incompreensível
Não se sabe quando!... não se sabe nunca... e quando sabe-se
É para receber o golpe mortal da tragédia no mais fundo.
- Vinícius de Moraes -
Da vizinhança (7)
« (...) Mas vale a pena recordar que, com uma audiência de cerca de 1,4 milhões de espectadores por noite, 'The Daily Show' é a principal fonte de informação para muitos americanos com menos de 34 anos. A começar pelos universitários. Debandaram dos noticiários porque querem estar informados. (...) »
- Daniel Oliveira - para continuar a ler aqui!
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