9 de julho de 2011

A árvore da vida*

Olhando para a minha vida - assim como para os últimos posts por aqui escritos, apercebo-me, uma vez mais, como é sinuoso o caminho que somos tantas vezes obrigados a traçar, devido às mais variadas circunstâncias. Sei que a felicidade não se constrói em linha recta, mas há alturas em que tudo parece desmoronar à nossa volta. No entanto, no momento seguinte, há algo que nos devolve o alento, nos faz esboçar um sorriso e voltar a acreditar. É nesta montanha russa constante que vamos seguindo em frente, vivendo o dia a dia, traçando objectivos concretizáveis, continuando a sonhar.

Ando há dois dias com uma frase de Maria José Nogueira Pinto, uma daquelas almas nobres, mesmo quando se debatia por ideias e valores nem sempre concordantes com os meus, que nos deixou num testemunho que me comoveu - Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. A vida por aqui nem sempre é fácil, mas não deixa por isso de ter momentos de uma enorme felicidade. Como aqueles em que estamos todos juntos, quando sou abraçada pelos braços e pelo regaço quentinho daqueles que amo, quando vejo um projecto tornar-se realidade ou quando começamos a cantar How Do You Solve a Problem Like Maria, sempre que nos cruzamos com uma freira na rua. 

* Vi o The Tree of Life há já alguns dias. Pertenço ao grupo de pessoas que adorou cada minutinho, cada imagem, cada música escolhida para a banda sonora. O filme não me pareceu longo demais, não olhei para o relógio uma única vez, não achei os dinossauros metidos à pressão nem desgostei dos videoclips do início e do fim. A imagem estereotipada e algo batida daquela mãe também me pareceu fazer todo o sentido, num filme todo ele construído através de estereótipos, metáforas, clichés, crenças religiosas, correntes filosóficas e um enorme amor pela 7ª Arte. Só alguém muito apaixonado pelo cinema e pela possibilidade de contar histórias através de imagens faz um filme assim. Talvez o tenha visto na altura certa da minha vida, mas não poderia ter vindo mais a calhar.

5 de julho de 2011

O homem sonha, a obra nasce.

Micocas é uma alcunha de infância, um petit nom criado pela minha avó A. a partir de Mariana, que me fazia sentir especial e única. É um nome que associo imediatamente a casa, colo, família, cozinha, mesas cheias e refeições demoradas, brincadeiras, jardim, viagens de carro, fotografias, praia, guloseimas, presentes. São sete (e 7 é o meu número preferido) letrinhas que comportam em si toda uma infância cheia de coisas boas (e outras nem por isso), que me ajudaram a ser quem sou. Curiosamente, todas essas coisas boas que preencheram a minha infância, continuam, até hoje, a fazer parte de mim e, muitas delas, têm vindo a assumir um papel cada vez mais importante na minha vida. 
As viagens, a fotografia, a cozinha e tudo o que possa ser feito à mão e em casa, de uma forma artesanal e única, sem grandes linhas de montagem ou estandardizações, tornaram-se, não apenas em passatempos, mas numa forma e numa filosofia de vida.
Desta forma, surgiu uma enorme vontade de tentar conciliar tudo isso em algo criativo, que me preenchesse e me permitisse criar um fundo de maneio, uma espécie de bolsa, para sustentar as muitas viagens que estão nos meus planos. Viagens essas que, por sua vez, servem também como fonte de inspiração e de alimento para a alma, que depois transporto para tudo o que faço e que são imortalizadas em fotografias e em diários de bordo que um dia, espero eu, poderão dar outros frutos. 
É neste ciclo natural, orgânico e em constante mutação que surge Micocas, uma ideia que se pretende que vire uma marca, sinónimo de afectos, casa, família, amigos e bons momentos. 
Depois de muito sonharmos, planearmos, projectarmos e desesperarmos com alguns pormenores, o nosso baby project (como lhe chamou a Micas aka my mum) lá arrancou, devagarinho, para não tropeçar, mas de passo firme e determinado. 


P.S. - Estamos também aqui, no Livro das Caras - a ver se ficamos famosas ;) Ide espreitar e botem um like, se for caso disso!