18 de dezembro de 2009

My kind of crazy world


I'm sentimental
So I walk in the rain
I've got some habits
That I can't explain
Could start for the corner
Turn up in Spain
Why try to change me now

I sit and daydream
I've got daydreams galore
Cigarette ashes
There they go on the floor
I go away weekends
And leave my keys in the door
But why try to change me now

Why can't I be more conventional
People talk
People stare
So I try
But that's not for me
Cuz I can't see
My kind of crazy world
Go passing me by

So let people wonder
Let 'em laugh
Let 'em frown
You know I'll love you
Till the moon's upside down
Don't you remember
I was always your clown
Why try to change me now

Don't you remember
I was always your clown
Why try to change me
Why try to change me now



15 de dezembro de 2009

Do sorriso...


















Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso



- Eugénio de Andrade -

Da ausência...

Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, esta ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.



- Carlos Drummond de Andrade -

Da personalidade...


14 de dezembro de 2009

...or at least trying to!



Não ser nada...


Não sei. Falta-me um sentido, um tacto
Para a vida, para o amor, para a glória...
Para que serve qualquer história,
Ou qualquer facto?

Estou só, só como ninguém ainda esteve,
Oco dentro de mim, sem depois nem antes.
Parece que passam sem ver-me os instantes,
Mas passam sem que o seu passo seja leve.

Começo a ler, mas cansa-me o que inda não li.
Quero pensar, mas dói-me o que irei concluir.
O sonho pesa-me antes de o ter. Sentir
É tudo uma coisa como qualquer coisa que já vi.

Não ser nada, ser uma figura de romance,
Sem vida, sem morte material, uma ideia,
Qualquer coisa que nada tornasse útil ou feia,
Uma sombra num chão irreal, um sonho num transe.


- Álvaro de Campos -