14 de junho de 2013

A felicidade como disciplina.

" (...) O ser infeliz tem conjuntura alta e uma campanha de imagem muito forte. A ideia de infelicidade é desesperada, extrema, um tsunami que arrasta, uma via única. A infelicidade anula a escolha, desresponsabiliza e por isso é confortável. A infelicidade torna-se uma segunda pele, como o sofá e os chinelos. Há quem seja viciado no “coitadinho”, no tom expiatório da vítima. Incapaz de se desintoxicar, há quem se esqueça de viver. Ficando à espera de uma deusa celebrada e muito esquiva chamada alegria. É tramada a solidão dos infelizes.

(...) E é tudo isso que me move a agarrar a vida, a esculpir a felicidade com o afinco, não o talento, de um Leonardo. Tento ter a coragem da alegria. Faço dela um método. O prazer de viver, da descoberta e do encantamento é uma disciplina.
Tento olhar os dias inspirada pelas palavras desse sábio  que é Vinicius de Moraes. Que cada instante (como o amor)“não seja imortal, posto que é chama/ mas que seja infinito enquanto dure”. Esse infinito, não é o da matemática, mas o da vida, feito de rupturas, vertigens, sujeito  a intempéries.
Exijo passar pela vida e não que ela passe por mim. Impossible is Nothing. "