27 de maio de 2009
26 de maio de 2009
Um manto de ternura...
Virtualmente...
"(...) Nunca mais teremos remorsos por passarmos meses e meses sem falar com a tia Carlota, ou com a prima Felisbela que é tão nossa amiga, coitadinha, mas também tão chata e, se a gente cai em ligar-lhe, acabamos por perder o episódio da "Anatomia de Gray" em que, pela 500.º vez, a Meredith manda o dr. Sheppard às malvas.
Há uma gama infinita de textos que só querem o nosso bem.(...)
E ficamos a saber que um amigo é aquela pessoa para quem tu vens sempre em primeiro lugar, para quem podes ligar a qualquer hora da manhã, da tarde, da noite e da madrugada porque está sempre disponível e, viva onde viver, vem a voar se sonha que precisas dele. E então a gente clica e manda aquilo para todos os que estão na nossa lista de contactos, sem esquecer de os separar por vírgulas, e por isso no espaço de segundos todos recebem exactamente o mesmo texto, mas não faz mal - e embora a gente não tenha tempo de fazer um simples telefonema para dizer "olá", garantimos, por interpostas pessoas, que estamos disponíveis para tudo e para todos.
E que, virtualmente, amamos o mundo inteiro."
- Alice Vieira, aqui! -
25 de maio de 2009
Sempre conservei uma aspa à esquerda e à direita de mim *
Well shortcuts can slow you down
Para um amigo...
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
- António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa" -