13 de outubro de 2007

Brasil (18)



Mimar Voçê - Caetano Veloso
A brusca poesia da mulher amada (II)

A mulher amada carrega o cetro, o seu fastígio
É máximo. A mulher amada é aquela que aponta para a noite
E de cujo seio surge a aurora. A mulher amada
É quem traça a curva do horizonte e dá linha ao movimento dos
astros.
Não há solidão sem que sobrevenha a mulher amada
Em seu acúmen. A mulher amada é o padrão índigo da cúpula
E o elemento verde antagônico. A mulher amada
É o tempo passado no tempo presente no tempo futuro
No sem tempo. A mulher amada é o navio submerso
É o tempo submerso, é a montanha imersa em líquen.
É o mar, é o mar, é o mar a mulher amada
E sua ausência. Longe, no fundo plácido da noite
Outra coisa não é senão o seio da mulher amada
Que ilumina a cegueira dos homens. Alta, tranqüila e trágica
É essa que eu chamo pelo nome de mulher amada.
Nascitura. Nascitura da mulher amada
É a mulher amada. A mulher amada é a mulher amada é a mulher
amada
É a mulher amada. Quem é que semeia o vento? – a mulher amada!
Quem colhe a tempestade? – a mulher amada!
Quem determina os meridianos? – a mulher amada!
Quem a misteriosa portadora de si mesma? A mulher amada.
Talvegue, estrela, petardo
Nada a não ser a mulher amada necessariamente amada
Quando! E de outro não seja, pois é ela
A coluna e o gral, a fé e o símbolo, implícita
Na criação. Por isso, seja ela! A ela o canto e a oferenda
O gozo e o privilégio, a taça erguida e o sangue do poeta
Correndo pelas ruas e iluminando as perplexidades.
Eia, a mulher amada! Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas.
Poder geral, completo, absoluto à mulher amada!

- Vinícius de Moraes -

12 de outubro de 2007

Él quería cruzar los mares...

Soldadito Marinero

Él camina despacito que las prisas no son buenas
En su brazo dobladita, con cuidado la chaqueta
Luego pasa por la calle dónde los chavales juegan
Él también quiso ser niño pero le pilló la guerra.

Soldadito marinero conociste a una sirena
de esas que dicen te quiero si ven la cartera llena
Escogiste a la más guapa y a la menos buena
Sin saber como ha venido te ha cogido la tormenta

Él quería cruzar los mares y olvidar a su sirena
la verdad, no fue difícil cuando conoció a Mariela
que tenía los ojos verdes y un negocio entre las piernas
hay que ver que puntería, no te arrimas a una buena.

Soldadito marinero conociste a una sirena
de esas que dicen te quiero si ven la cartera llena.
Escogiste la más guapa y a la menos buena
Sin saber como ha venido te ha cogido la tormenta

Después de un invierno malo, una mala primavera
dime por que estas buscando una lágrima en la arena


- Fito & Los Fitipaldis -

Pedrito, continuará a tocar por aqui também... para que os vizinhos não estranhem e não sintam saudades tuas!
Porta-te bem aí em St.Pol e até 3º feira... te hecho de menos!

11 de outubro de 2007

A tua (nossa) cidade...






Para o Luis (as saudades que eu já tinha de estar assim contigo, primo!), que ontem ao almoço me emocionou quando começou a falar da sua, minha, nossa cidade - o Rio - que, apesar dos pesares, ainda é a Cidade Maravilhosa!

Por momentos, fomos os três transportados para lá e o nosso almoço ganhou um colorido diferente! Quem sabe um dia não nos encontraremos todos, do outro lado do Atlântico, a brindar à vida e à amizade com uma água de côco, um chopinho ou uma caipirinha... Né, Luisinho?!



Que sabes tu do fim?

Goza o vôo do anjo perdido em ti.
Não indagues se nossas estradas,tempo e vento,desabam no abismo.

Que sabes tu do fim ?

Se temes que teu mistério seja uma noite,enche-o de estrelas.
Conserva a ilusão de que teu vôo te leva sempre para o mais alto.

No deslumbramento da ascensão
se pressentires que amanhã estarás mudo
esgota,como um pássaro,as canções que tens na garganta.

Canta.Canta para conservar a ilusão de festa e de vitória.

Talvez as canções adormeçam as feras
que esperam devorar o pássaro.

Desde que nasceste não és mais que um vôo no tempo.
Rumo ao céu?

Que importa a rota.
Voa e canta enquanto resistirem as asas.

- Menotti del Picchia -

9 de outubro de 2007

Um sonho, uma imagem e uma música eterna...

Doctor Zhivago - by Maurice Jarre


Hoje tive um sonho bom, daqueles que nos fazem acordar com um sorriso...
Foi daqueles sonhos esquisitos e completamente impossíveis de transportar para a realidade, onde se cruzam várias pessoas que, de uma forma ou de outra, fazem parte da minha vida, mas que nunca se cruzaram entre si... ou pelo menos, algumas delas ainda não o fizeram!
Acordei com a sensação de que, apesar de tudo, esta coisa estranha a que chamam Vida, vale mesmo a pena. Para lá dos problemas, dos aborrecimentos e dos momentos em que tudo à nossa volta parece desmoronar-se, há todo um Mundo de coisas boas apenas à espera de serem descobertas e vividas intensamente!

Por mais inusitado que possa parecer, a primeira imagem que me veio à cabeça assim que acordei, foi a de Julie Christie, enquanto Lara no Doutor Jivago, ao mesmo tempo que não conseguia parar de trautear o célebre "Lara's Theme - Somewhere my love"... talvez porque desde a primeira vez que vi o filme, sempre desejei ser amada daquela forma, mesmo que o desfecho desse amor fosse igualmente triste; ou talvez porque aquela música sempre fez parte da banda sonora da minha vida, trazendo-me as mais variadas recordações.

Seja como for, foi um sonho bom... e não poderia ter começado melhor o dia!