18 de junho de 2009

How I miss those days...



When I met you, you were so unique
Had a little thing I'd love to keep
Every movement carried so much mystique
I knew right then I'd carry on, to you I knew my heart belonged
You, you give me something
Something that nobody else can give

...and the person I was back then!!!

16 de junho de 2009

15 de junho de 2009

A benção, Madrinha.


Samba de Maria Luiza - Tom Jobim

* Porque para ti sempre fui Minhoca e tu para mim serás sempre Madrinha, como se esses fossem os nossos nomes próprios num mundo paralelo de afectos e cumplicidades; porque sabes que trago em mim muito de ti e porque, apesar de todas as distâncias, é também no teu rosto que me reencontro diariamente...

Toda a gente sabe que a noite é longa...

Não há motivo para te importunar a meio da noite,

como não há leite no frigorífico, nem um limite

traçado para a solidão doméstica.

 

Tudo desaparece. Nada desaparece. Tudo desaparece

antes de ser dito e tu queres dormir descansada. Tens

direito a um subsídio de paz.

 

Se eu escrever um poema, esse não é motivo para te

importunar. Eu escrevo muitos poemas e tu trabalhas

de manhã cedo.

 

Toda a gente sabe que a noite é longa. Não tenho o

o direito de telefonar para te dizer isso, apesar dessa

evidência me matar agora.

 

E morro, mas não morro. Se morresse, perguntavas:

porque não me telefonaste? Se telefonasse, perguntavas:

sabes que horas são?

 

Ou não atendias. E eu ficava aqui. Com a noite ainda

mais comprida, com a insónia, com as palavras

a despegarem-se dos pesadelos.


- José Luis Peixoto -

 

 

Quem sou?


Quem me roubou quem nunca fui e a vida?

Quem, de dentro de mim, é que a roubou?

Quem ao ser que conheço por quem sou

Me trouxe, em estratagemas de descida?

Onde me encontro nada me convida.

Onde me eu trouxe nada me chamou.

Desperto: este lugar em que me estou,

Se é abismo ou cume, onde estão vinda ou ida?

Quem, quando por mim meus passos dados,

Entre sonhos e errores que me deu

À súbita visão dos mudos fados?

Quem sou, que assim me caminhei sem ser,

Quem são, que assim me deram aos bocados

À reunião em que acordo e não sou meu?


- Fernando Pessoa -