7 de novembro de 2013

Obrigado, Senhor, pelos amigos que nos deste. 
Os amigos que nos fazem sentir amados sem porquê. 
Que têm o jeito especial de nos fazer sorrir. 
Que sabem tudo de nós, perguntando pouco. 
Que conhecem o segredo das pequenas coisas que nos deixam felizes. 
Obrigado, Senhor, por essas e esses, sem os quais, caminhar pela vida não seria o mesmo.
Que nos aguentam quando o mundo parece um sítio incerto. 
Que nos incitam à coragem só com a sua presença. 
Que nos surpreendem, de propósito, porque acham mal tanta rotina. 
Que nos dão a ver um outro lado das coisas, um lado fantástico, diga-se.
Obrigado pelos amigos incondicionais. 

Que discordam de nós permanecendo connosco. 
Que esperam o tempo que for preciso. 
Que perdoam antes das desculpas. 
Essas e esses são os irmãos que escolhemos. 
Os que colocas a nosso lado para nos devolverem a luz aérea da alegria. 
Os que trazem, até nós, o imprevisível do teu coração, Senhor.

- Pe.Tolentino Mendonça, in Um Deus que dança -

Aos amigos-família. Sem os quais tudo isto seria dificilmente suportável. Obrigada por continuarem a segurar a minha mão.

Continuam a ser o meu fruto preferido*




Por estes dias, vou-me consolando com os que ainda restam - poucos já, muitos deles comidos pelos pássaros, outros tombados pela chuva e pelo vento e esborrachados em quedas inglórias, outros tantos apodrecidos ainda na árvore. Os velhos dióspireiros do jardim da avó A. todos os anos cumprem o seu desígnio e enchem os meus finais de Verão e começos de Outono de sabores que me transportam para bem longe no tempo e de uma explosão de cor que me ajuda a ultrapassar a mudança de luz, os dias mais curtos e a necessidade de roupa mais quente em cima da pele.

Gosto de pensar que herdei a mestria da avó A. e do avô C. no que ao arranjar do fruto diz respeito, para melhor o poder degustar em seguida. Uma perícia de técnica e destreza de extrema sensibilidade, um bailado sincronizado entre colher e faca. A mão precisa da avó, o jeito único de manusear a faca do avô, o deleite de ambos. É impossível deixar de sorrir de cada vez que como um dióspiro e os consigo imaginar novamente ao meu lado, à mesa, um dos nossos sítios preferidos.

*Com um beijinho directamente para a Suíça ;)