Westminster Bridge Road
Em Dezembro, uns dias antes do Natal, tive que ir a Londres. Uma chamada para a fase final de um processo de recrutamento levou-me quatro dias a uma das cidades que está na minha wishlist desde sempre. Tinha a certeza que ia gostar, mas a realidade revelou-se ainda melhor e o bichinho londrino mordeu-me de forma irremediável - já só penso na próxima vez!
O facto de ter sido tudo tão em cima da hora não possibilitou grandes planos e um roteiro de viagem muito elaborado. Além disso, um dia quase inteiro foi passado a fazer testes e entrevistas, o que significa que, bem feitas as contas, apenas tive três dias para ver as vistas - e foi pouco mais do que isso o que fiz.
Com tão pouco tempo para gastar numa das cidades mais empolgantes do mundo, já para não falar no pequeno pormenor de ser uma das mais visitadas, com tanta coisa que queria ver e fazer, tantos monumentos, ruas, museus, parques e um ou outro sítio, mais ou menos conhecido, onde não queria deixar de ir, o processo de selecção e o fica para uma próxima revelaram-se muito difíceis, por isso o melhor mesmo foi seguir o coração, o clima, o humor e a vontade em cada dia, tendo apenas as zonas da cidade previamente delimitadas (mais ou menos).
Não consegui nenhuma das vagas disponíveis e regressei a Portugal sem trabalho. No entanto, a experiência recorrente de todo o processo foi tão positiva, fui tão bem recebida e tratada, o profissionalismo e o rigor andaram sempre aliados a um sorriso tão franco e a uma disponibilidade tão grande, que apenas posso agradecer a oportunidade e apesar de estar a desesperar por um emprego, não consegui ficar triste. Uma experiência tão diferente das que tenho tido no meu país, salvo raras excepções. Só o facto de não me ter sentido tratada como um número ou apenas mais uma, já fez tudo valer a pena.
Sabia que, caso o desfecho não fosse positivo, pelo menos ganharia uma ida a Londres - paga inteiramente do meu bolso, mas há que agarrar as oportunidades que nos parecem mais acertadas e de outra forma tão cedo provavelmente não iria a terras de Sua Majestade - e como eu estava a precisar de uma escapadinha à rotina, aos problemas e ao cinzentismo generalizado. Ainda para mais, Londres pelo Natal tem uma magia especial.
É essa breve fugida que vos pretendo mostrar ao longo do mês de Março, através de algumas fotografias, breves descrições e uma ou outra sugestão. Não será um roteiro exaustivo da cidade, bem longe disso. Apenas a partilha de um cheirinho de Londres, a forma como vi e senti a cidade. Na verdade, como vimos e como sentimos, pois não fui sozinha. Mas, amanhã há mais!