6 de abril de 2007

Só mesmo para descontrair... (1)

Nelo e Idália - sobre Manoel de Oliveira

Não fui eu que disse...mas poderia muito bem ter sido! (7)

Photos: Kirsten Kiser

Frank O. Gehry & Associates
Experience Music Project
Seattle, Washington


" Um livro verdadeiramente bom deve ser lido na
juventude, novamente na maturidade e uma vez mais
durante a velhice, tal como um belo edifício deve ser visto
à luz do amanhecer, ao meio-dia e ao luar. "
- Robertson Davies -

Brasil (7)

" Se te pareço ausente, não creias:
Hora a hora a minha dor agarra-se a teus braços,
Hora a hora o meu desjo revolve os teus escombros,
E escorrem dos meus olhos mais promessas.
Não acredites nesse breve sono;
Não dês valor maior ao meu silêncio,
e se leres recados numa folha branca,
Não creias também: é preciso encostar
Teus lábios nos meus lábios para ouvir.

Não acredites se pensas que te falo:
Palavras
São o meu jeito mais secreto de calar. "

- Lya Luft -

Poesia Andante

Logo Metro do Porto


Depois de uma série de notícias deprimentes, desde a polémica em torno da licenciatura do nosso Primeiro-Ministro, até ao número de mortes nas estradas portuguesas já registadas em mais uma Operação Páscoa, passando pelos efeitos das alterações climáticas, mais uma vez confirmados, desta feita pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, sigla em inglês), eis que me deparei com uma boa notícia de uma iniciativa ainda melhor.
Apetece-me, pois, deixar aqui um apelo e uma sugestão a todos os responsáveis pela gestão das impressas de transportes públicos do nosso país: porque não implementarem iniciativas do género nos metros, comboios e autocarros que diariamente circulam por esse Portugal fora?! Tenho a certeza que viajar ouvindo alguém dizer um poema, escutando um violino tocado ao vivo ou, simplesmente, ter à disposição pequenos livros de bolso nas carruagens do metro ou do comboio, seria uma bela forma de contribuir para uma melhoria da "saúde cultural" de todos nós.
Pode ser que um dia destes encontre alguém a tocar guitarra na linha em direção ao Estádio do Dragão e poemas impressos nos ANDANTE que cada utilizador do metro e dos autocarros da STCP manuseiam diariamente.
Mas é claro que por enquanto sou só eu a sonhar... E, além disso, tenho a certeza que a ideia não agradaria a muita gente! Enfim, talvez um dia...

5 de abril de 2007

English Slang

"Dry Your Eyes" - The Streets

In one single moment your whole life can turn 'round
I stand there for a minute starin’ straight into the ground
Lookin’ to the left slightly, then lookin’ back down
World feels like it’s caved in – proper sorry frown
Please let me show you where we could only just be, for us
I can change and I can grow or we could adjust
The wicked thing about us is we always have trust
We can even have an open relationship, if you must
I look at her she stares almost straight back at me
But her eyes glaze over like she’s lookin’ straight through me
Then her eyes must have closed for what seems an eternity
When they open up she’s lookin’ down at her feet

Dry your eyes mate
I know it’s hard to take but her mind has been made up
There’s plenty more fish in the sea
Dry your eyes mate I know you want to make her see how much this pain hurts
But you’ve got to walk away now
It’s over

So then I move my hand up from down by my side
It's shakin’, my life is crashin’ before my eyes
Turn the palm of my hand up to face the skies
Touch the bottom of her chin and let out a sigh
‘Cause I can’t imagine my life without you and me
There’s things I can’t imagine doin’, things I can’t imagine seein’
It weren't supposed to be easy, surely
Please, please, I beg you please
She brings her hands up towards where my hands rested
She wraps her fingers round mine with the softness she’s blessed with
She peels away my fingers, looks at me and then gestures
By pushin’ my hand away to my chest, from hers

Dry your eyes mate
I know it’s hard to take but her mind has been made up
There’s plenty more fish in the sea
Dry your eyes mate
I know you want to make her see how much this pain hurts
But you’ve got to walk away now
It’s over

And I’m just standin’ there, I can’t say a word
‘Cause everythin’s just gone I’ve got nothin’
Absolutely nothin’

Tryin’ to pull her close out of bare desperation
Put my arms around her tryin’ to change what she’s sayin’
Pull my head level with hers so she might engage in
Look into her eyes to make her listen again
I’m not gonna fuckin’, just fuckin’ leave it all now
‘Cause you said it'd be forever and that was your vow
And you’re gonna let our things simply crash and fall down
You’re well out of order now, this is well out of town
She pulls away, my arms are tightly clamped round her waist
Gently pushes me back and she looks at me straight
Turns around so she’s now got her back to my face
Takes one step forward, looks back, and then walks away

Dry your eyes mate
I know it’s hard to take but her mind has been made up
There’s plenty more fish in the sea
Dry your eyes mate I know you want to make her see how much this pain hurts
But you’ve got to walk away now
It’s over

I know in the past I’ve found it hard to say
Tellin’ you things, but not tellin’ straight
But the more I pull on your hand and say
The more you pull away

Dry your eyes mate
I know it’s hard to take but her mind has been made up
There’s plenty more fish in the sea
Dry your eyes mate
I know you want to make her see how much this pain hurts
But you’ve got to walk away now

O mundo de Sophia... (2)

" Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que mo dês - pois o que eu quero
Ninguém o dá senão por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano,
E de eu te possuir sem tu te dares.

Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano. "

- Sophia de Mello Breyner Andresen -


* Se a perfeição existe, cabe inteirinha neste poema...

Infinito Pessoal

" Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós! "

- David Mourão-Ferreira -

4 de abril de 2007

Fotojornalismo

" MEDIA " - Banksy


Para aqueles que ainda acreditam no jornalismo como profissão e filosofia de vida, para os que gostam de fotografia e percebem o "poder" de uma objectiva bem direcionada ou, simplesmente, para todos os curiosos que por aqui passam, aqui ficam os vencedores do Prémio de Fotojornalismo Visão/BES 2007.

3 de abril de 2007

Não fui eu que disse...mas poderia muito bem ter sido! (6)


"If being sane is thinking there's something wrong with being different... I'd rather be completely ****ing mental."
- Angelina Jolie -

Brasil (6)

"Deixa o Verão" - Mariana Aydar

Mariana Aydar é considerada uma das novas promessas da MPB. A primeira vez que ouvi a sua voz foi precisamente através desta canção. Mas, ao contrário do que diz o refrão, o que eu senti ao escutá-la foi uma necessidade urgente de Verão. Por isso, não quero deixar o Verão para mais tarde...

O mundo de Sophia... (1)

Fim de tarde na Foz - Porto

" Nas praias que são o rosto branco das amadas mortas
Deixarei que o teu nome se perca repetido

Mas espera-me:
Pois por mais longos que sejam os caminhos
Eu regresso "

- Sophia de Mello Breyner Andresen -

Brasil (5)

" Véspera...

No trivial do sanduiche a morte aguarda.
Na esquiva escuridão da geladeira
Dorme a sono solto, imersa em mostarda.

A hora é lerda. A casa sonha. A noite inteira
algo cricrila sem parar - insetos?
O abacaxi impera na fruteira,

recende esplêndido, desperdiçando espetos.
A lua bate o ponto e vai-se embora.
Mesmo os ladrilhos ficam todos pretos.

A geladeira treme. Mas ainda não é hora.
Se houvesse um gato, ele seria pardo.
A morte ainda demora. O dia tarda. "

- Paulo Henriques Britto -

That's jazz.

John Coltrane & Wynton Kelly Trio.

Intimidade


" A minha filosofia é de que a verdadeira intimidade, romance incluído, entre as pessoas floresce sempre à mesa, num restaurante ou em casa, e nunca num sofá. À mesa temos o melhor contacto visual, e isso é tudo.
Vê-se que as pessoas afastam simplesmente os pratos vazios para o lado e deixam-se ficar à mesa. Antigamente, as pessoas costumavam mudar-se cerimoniosamente da mesa de jantar para o cadeirão. Isso era um desastre, porque lá se ia toda a intimidade que haviam construído e tinham de começar tudo de novo. Uma mesa é a mais bela peça de mobília que existe."

- Jan des Bouvrie -