Olhando para a minha vida - assim como para os últimos posts por aqui escritos, apercebo-me, uma vez mais, como é sinuoso o caminho que somos tantas vezes obrigados a traçar, devido às mais variadas circunstâncias. Sei que a felicidade não se constrói em linha recta, mas há alturas em que tudo parece desmoronar à nossa volta. No entanto, no momento seguinte, há algo que nos devolve o alento, nos faz esboçar um sorriso e voltar a acreditar. É nesta montanha russa constante que vamos seguindo em frente, vivendo o dia a dia, traçando objectivos concretizáveis, continuando a sonhar.
Ando há dois dias com uma frase de Maria José Nogueira Pinto, uma daquelas almas nobres, mesmo quando se debatia por ideias e valores nem sempre concordantes com os meus, que nos deixou num testemunho que me comoveu - Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. A vida por aqui nem sempre é fácil, mas não deixa por isso de ter momentos de uma enorme felicidade. Como aqueles em que estamos todos juntos, quando sou abraçada pelos braços e pelo regaço quentinho daqueles que amo, quando vejo um projecto tornar-se realidade ou quando começamos a cantar How Do You Solve a Problem Like Maria, sempre que nos cruzamos com uma freira na rua.
* Vi o The Tree of Life há já alguns dias. Pertenço ao grupo de pessoas que adorou cada minutinho, cada imagem, cada música escolhida para a banda sonora. O filme não me pareceu longo demais, não olhei para o relógio uma única vez, não achei os dinossauros metidos à pressão nem desgostei dos videoclips do início e do fim. A imagem estereotipada e algo batida daquela mãe também me pareceu fazer todo o sentido, num filme todo ele construído através de estereótipos, metáforas, clichés, crenças religiosas, correntes filosóficas e um enorme amor pela 7ª Arte. Só alguém muito apaixonado pelo cinema e pela possibilidade de contar histórias através de imagens faz um filme assim. Talvez o tenha visto na altura certa da minha vida, mas não poderia ter vindo mais a calhar.
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