Será sempre a minha Mary-Mary.
Quando entrou na minha vida, conquistou-me com os seus enormes olhos de azeitona, tão expressivos e brilhantes como faróis em noites de nevoeiro. Veio para o meu colo e nunca mais me largou, adoptando-me como a sua Mari. Na realidade, adoptamo-nos uma à outra, para a vida inteira.
É tão meiga, querida e sedutora quanto traquinas, rebelde e teimosa. Por vezes temo que cresça num turbilhão de emoções mal resolvidas, o que me enche de frustração, pois é muito pouco o que posso fazer para a ajudar. Resta-me continuar a amá-la e mimá-la como tenho feito até aqui, dando-lhe colo sempre e alguns raspanetes quando necessário.
Tem queda para a pantominice e a representação, talvez umas aulas de teatro não fossem mal pensadas... Gosta de desenhar, de fazer passagem de modelos e tem um lado muito coquette e feminino que contrasta com um outro lado mais maria-rapaz e selvagem. Dança muito bem, cheia de ritmo e harmonia e sabe de cor imensas canções, das Chiquititas ao Tony Carreira.
Tão depressa ri como chora e é uma fiteira profissional, conseguindo quase sempre aquilo que quer.
Está tão crescida, que já me escreve bilhetes de desculpa, dignos de deixar a Fátima Lopes de boca aberta num qualquer Perdoa-me.
É uma miúda esperta, inteligente e de raciocínio rápido e certeiro e tenho a certeza de que a vida daqui para a frente lhe dará a paz que precisa para se tornar uma pessoa feliz e realizada. Sei que tem as capacidades necessárias e vai poder contar sempre comigo, para tudo, como desde há já quase 9 anos.
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