Domingo. Entrámos na Westminster Cathedral a meio de uma missa, o que me deixa sempre sem jeito. Sinto que estou a devassar território que não me pertence. Gosto muito mais de igrejas vazias, é nelas que me sinto mais próxima de uma presença divina, de uma qualquer energia superior a todos nós, seja lá qual for o nome que lhe damos. A minha educação católica deixou-me com mais perguntas do que respostas e, hoje em dia, vivo a (minha) fé de uma forma muito particular - é, sobretudo, fora do espaço físico das igrejas ou outros locais sagrados que encontro sinais da existência dessa energia e respostas para as minhas dúvidas.
Naquela manhã, no entanto, senti-me reconfortada com a voz melodiosa do padre durante a homilia, uma voz serena e segura, com uma alegria cativante, embora discreta. Acendi uma vela, percorremos uma das alas para melhor observarmos o altar central, deixámo-nos estar um pouco encostadas a umas colunas e depois saímos de novo para o frio, com o coração um pouco mais cheio.
Caminhámos a distância entre a catedral católica e abadia protestante, uma caminhada alegre apesar da chuva e do céu cinzento que nos acompanhava desde manhã cedo. Não conseguimos entrar na abadia, devido ao serviço religioso que decorria na altura, o que nos fez questionar as portas abertas da catedral durante a missa, para quem quisesse entrar, mesmo que isso perturbe a cerimónia. Não chegamos a nenhuma conclusão, contudo.
Tirámos a fotografia da praxe (muitas, para ser mais específica) junto à Elizabeth Tower, que alberga o Big Ben - o sino do relógio, que na realidade só se ouve e não se vê por fora (sinto muito se estou a desiludir alguém!). Rapámos um frio insuportável em cima da Westminster Bridge, a bem da busca por uma boa fotografia do palácio, de um lado, e do London Eye, do outro. Juntámo-nos às centenas de turistas que resistiam à chuva e também nos enquadramos com os monumentos, numa série de fotografias para mais tarde recordar.
A par das cenas que fizemos frente ao Buckingham Palace à procura do melhor ângulo para conseguir pôr no mesmo plano o dito cujo, a bandeira esvoaçante e duas palhaças (eu própria e a Pequenina, à vez), aquela manhã foi o nosso momento mais turistinha. Permitirmo-nos isso foi uma das decisões mais acertadas, valeu uns narizes e uns dedos enregelados, mas também muitas gargalhadas.
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