17 de julho de 2013

Meninos do rio.






São às dezenas. Irrequietos, faladores, exímios nadadores. Rapazes e raparigas. Pequenos e mais crescidos. Atiram-se dos pontais, serpenteiam Rabelos, dão mergulhos sincronizados tendo como prancha o tabuleiro da ponte, atravessam o rio a uma velocidade estonteante, chegando de uma margem à outra enquanto o diabo esfrega um olho. Fazem as delícias dos turistas e sorriem para as fotografias, orgulhosos dos seus feitos. Falam alto, chamam uns pelos outros das margens com gritos de guerra imperceptíveis aos demais. Cochicham entre eles, indiferentes aos que passam em ritmo de passeio. Anikibébé. Anikibóbó. Passarinho. Tótó. Berimbau. Cavaquinho. Salomão. Sacristão. Tu és polícia. Tu és ladrão. Podes-lhe faltar muita coisa, mas, por estes dias, o rio dá-lhes o mundo e eles abraçam-no em mergulhos heróicos. 

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