Aos domingos à tarde, sempre que o tempo lá fora o permite, deixamos o pessoal, na maior parte das vezes ainda sentados à mesa, e descemos a rua até ao velhinho parque infantil, junto à igreja. A A. prepara cuidadosamente a cesta do piquenique - nunca vi ninguém que goste tanto de fazer piqueniques como esta nossa pequena mascote: meia dúzia de bolachas e outras tantas fatias de broa e regueifa (pão branco, como lhe chama) embrulhadas nuns guardanapos, uma garrafa de plástico com Ice Tea e as canecas plásticas da Tupperware, que já serviram em tantos outros piqueniques e brincadeiras.
Gosto de a ver pôr a mesa, distribuir cuidadosamente os guardanapos e servir o Ice Tea, dizendo tratar-se de vinho. As bolachas são para nós rodelas de chouriço ou fatias de presunto, que
acompanhamos com o pão, numa imitação perfeita do mundo dos adultos, que
a A. observa de uma forma sempre muito especial.
Estes piqueniques sabem-nos sempre pela vida e são momentos de uma enorme ternura e cumplicidade. Gosto de entrar no imaginário dela, de tentar perceber a forma como a sua cabecinha se vai desenvolvendo, de ver a sua personalidade a ganhar forma, de uma maneira cada vez mais vincada. Fico exausta, a A. tem uma energia que consome a nossa por completo, absorve-nos com perguntas constantes, brincadeiras urgentíssimas e diálogos surreais, mas estes momentos com ela são sempre de uma enorme aprendizagem para mim, também. Sobretudo a valorizar as pequenas coisas, a deixar fluir a imaginação e a ser mais paciente - chego mesmo a tomar doses cavalares de paciência!
Neste último piquenique tivemos dois convidados muito especiais: o
Gonçalo, que a A. tentou empanturrar com broa e a Jenny, a grande amiga
da A. e mãe do petiz (e ainda hoje não consigo deixar de sorrir ao olhar
para a disparidade de escala das criaturas!). São um must estas nossas aventuras ;)
2 comentários:
Que cenas tão cheias de ternura!
:)
Esta minha pulguita é uma ternura mesmo ;)
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