14 de outubro de 2011

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Ela tem-me salvo os dias. Esta voz, que me continua a arrepiar como muito poucas. Ouço-a enquanto trabalho e choro, choro muito. Não sei onde guardo tantas lágrimas. Trabalho e choro. E escrevo - não aqui, mas onde sei que as minhas palavras estão a salvo. Talvez um dia lhes dê outro rumo que não a vida solitária que têm levado, guardadas algures por entre os vestígios da minha existência. Por agora, agarro-me ao que tenho e tento viver um dia de cada vez. Não está fácil, mas melhores dias têm que estar algures mais à frente no caminho. Por vezes falham-me as forças, apetece-me desistir, deixar correr as águas do rio e sentar-me na margem, quietinha, sem pensar em mais nada. Mas não posso, nem quero, em abono da verdade. Quero correr atrás, conquistar sonhos, deixar pegadas, ser feliz. Nunca precisei de muito - sou pelas coisas simples, que são tantas vezes as mais difíceis de conseguir, pois não há dinheiro que as compre. Acredito que sou capaz de muito mais, nunca tive medo de arregaçar as mangas e ir à luta, da mesma forma que o trabalho nunca me assustou, fosse ele qual fosse. Só peço para ter a energia suficiente e a sabedoria necessária para atravessar esta tempestade que se abateu sobre as nossas vidas. O resto eu sei que tenho, mesmo que meio adormecido dentro de mim - a dor, a tristeza e a frustração podem não matar, mas moem-nos a alma até a deixar como um fantasma daquilo que já fomos um dia. Preciso de paz. E de uma boa noite de sono. O resto eu tenho, eu sei que tenho.

1 comentário:

Mãe disse...

Eu sei que tens! Eu tenho a certeza que tens! Eu sei que vais continuar a caminhar! Eu sei que vais conseguir! Eu tenho a certeza que vamos CONSEGUIR!!!!!!!