12 de novembro de 2010

Penso que cumprir a vida seja simplesmente...



Odalisca Andróide

Eu estou sempre aqui, olhando pela janela. Não vejo arranhões no céu nem discos voadores. Os céus estão explorados mas vazios.

Existe um biombo de ossos perto daqui. Eu acho que estou meio sangrando.

Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico. Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica. Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv.
Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária. Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados. Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrônica. Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou com restos de cinema e com seu amor, um disco voador.

-  Fausto Fawcett, excerto do texto Disco Voador -


...compreender a marcha e ir tocando em frente.

4 comentários:

Anónimo disse...

Você sempre posta as coisas mais interessantes!

Um beijo e um ótimo final de semana,
Camila F.

Mar* disse...

Obrigada Camila!

Por estes dias o Rio tem-me estado mais próximo, pois o meu pai está aí...talvez em breve eu possa ir também.

Um fim-de-semana cheio de coisas boas, beijinho*

Anónimo disse...

Jura? Tem feito uns dias tão chuvosos por aqui, que pena! Espero que ele possa voltar quando o tempo estiver melhor (e você possa vir com ele)!

Beijo!
Camila F.

Mar* disse...

Ele diz que o Rio é uma cidade maravilhosa de qualquer jeito ;) (sim, também espero poder ir em breve!).

Beijinho*