2 de abril de 2008

Entendo o teu rosto...

amigo, não tenho perguntas para fazer-te. quantas
pessoas entendem aquilo que não entendo? quem
descobriu o segredo mais inútil?

amigo, não tenho perguntas para fazer-te. basta-me
olhar. passaram anos, poderiam ter passado mais
anos ainda. poderiam passar séculos.

entendo o teu rosto. isso basta-me quando te vejo.
para mim, serás sempre o príncipe, a criança que
me mostrou as árvores.

o tempo não passou, amigo, agora, ao chegares,
olho para ti. o teu rosto é igual. agora, ao chegares,
sei que nunca partiste.

- José Luis Peixoto, in A casa, a escuridão -

1 comentário:

Mariana F. disse...

E está tudo dito...

M&M*