31 de outubro de 2009

Vigílias

Quando aqui não estás 
o que nos rodeou põe-se a morrer 
a janela que abre para o mar 
continua fechada só nos sonhos 
me ergo 
abro-a 
deixo a frescura e a força da manhã 
escorrem pelos dedos prisioneiros 
da tristeza 
acordo 
para a cegante claridade das ondas 
um rosto desenvolve-se nítido 
além 
rasando o sal da imensa ausência 
uma voz 
quero morrer 
com uma overdose de beleza 
e num sussurro o corpo apaziguado 
perscruta esse coração 
esse 
solitário caçador

- Al Berto -

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