23 de agosto de 2007

Sinto que tocamos o horizonte no limiar de um abraço...

Sinto que podia escrever o mar sobre os nossos passos.
Sinto (desde o céu) este aguaceiro que descreve
um poema nos nossos corpos molhados.
Talvez a calçada suba demais para nós e o tempo não espere
pelos nossos dias felizes.
A tua mão agarra com força a minha e não deixa que este plano
escorrogadio me puxe para longe.
Estamos sós.
Estamos juntos. As nossas almas tocam-se no princípio e no fim,
onde começa e nunca mais acaba este amor que nasceu antes
de ti e de mim.
Sinto que tocamos o horizonte no limiar de um abraço,
no sabor de um beijo.
Trazemos os bolsos cheios de vontade de percorrer as ruas virgens
de sonho e de ódio. Somos a praia num dia de Verão - a minha luz
alimenta o teu corpo e o meu mar arrasta a tua areia para os confins
do meu coração, até onde ninguém havia antes chegado, até onde
eu acabo e tu começas - dentro de mim, dentro de nós.
Sinto que estás em todos os cantos do meu corpo.
Sinto-me estremecer no teu calor.
Sinto o nosso amor no meu coração.

- Beatriz Reina -

4 comentários:

Fátima Inácio Gomes disse...

Olá, Mariana. Vi o início deste poema escrito numa parede - encantou-me.
Quem é esta Beatriz Reina? Não encontrei informações sobre ela na net...

Obrigada :)

Anónimo disse...

Eu também adoraria saber quem é Beatriz Reina, também vi o primeiro verso escrito numa parede!

Mar* disse...

Não sei quase nada sobre a escritora/poetisa. O poema, o único que conheça dela, retirei-o desta antologia:

http://www.centroatl.pt/titulos/solucoes/aalmanaoepequena.php3

Anónimo disse...

Ok, Obrigada!